quinta-feira, 7 de abril de 2011

Hoje é dia do Jornalista - Por Enderson Oliveira


Enderson Oliveira, como ele mesmo se define, é jornalista (teoricamente formado), entusiasta música independente, mestrando em Ciências Sociais, Antropologia pela Ufpa. Estuda (ou tenta, pelo menos) as relações entre música, mídias, identidades e por aí afora. ops é Jornalista (teoricamente)
 
Por mais que cada pessoa tenha sua opinião sobre esta data (comemorativa ou não...), creio que, neste dia, nós, jornalistas, devemos refletir sobre os rumos de nossa formação, prática e profissão para, dentre outras coisas, podermos falar aos que pretendem ingressar neste ramo (ou neste mundo) da comunicação o que os espera e o que eles podem esperar do mesmo. É justamente este o objetivo deste post.

Tentando ser uma das principais atribuições necessárias a um jornalista, isto é, objetivo, parto de uma constatação que muitos já devem ter observado: muitos são os que adoram falar mal de nós, jornalistas. Uma das principais “acusações” feitas por estes indivíduos é justamente uma de nossas maiores qualidades: devemos ao menos nos esforçar para tentar compreender e relacionar diversas áreas que mesmo aparentemente díspares, se interrelacionam não somente na prática jornalística, mas em nossa vida. De esporte à economia, de cultura às ocorrências policiais, de política às banalidades de muitos programas televisivos, entre tantos outros campos, devemos conhecer ao menos o mínimo para transitar sem grandes acidentes. Isto, para alguns, seria a “‘empáfia’ jornalística”, afinal “acham que entendem de tudo”. Não entendemos e é justamente por isto que fazemos tantas perguntas e transitamos por tantas áreas, para buscar conhecer pouco mais sobre as mesmas.



Tão vasto e amplo como deve ser o conhecimento de um (bom) jornalista, são as áreas pelas quais ele pode fazer carreira. Atualmente, creio que todos os órgãos do governo (seja em que esfera for) possuem assessorias de comunicação, muitas vezes a porta de entrada no mercado de trabalho de várias pessoas, através de estágios. As assessorias, dependendo de seu perfil, muitas vezes podem apostar em novos jornalistas mas que já se destacam não somente por sua conduta e caráter como ainda sua organização e profissionalismo. Iniciantes em jornalismo, atenção: anotem estas palavras que, mesmo parecendo utópicas ou mesmo clichês, são fundamentais.


Esse tipo de aposta ocorre muitas vezes em alguns jornais impressos, em que, visando certo “rejuvenescimento” e/ou afastamento de certos vícios jornalísticos, é feita aposta em um jornalista mais novo, mas com um bom currículo e disposição. Jornalistas mais experientes quase sempre são bem recebidos e, principalmente, necessários. Suas histórias, feeling, contatos e percepção dos fatos são importantes para qualquer tipo de editoria. Não observar isto, muitas vezes, pode ser um erro grave. Ainda que digam que os jornais impressos vão acabar, desconfio. Creio que seja cedo para fazermos uma afirmação tão apocalíptica. Mesmo se acabar o suporte material (as folhas impressas), os jornais “impressos” (devemos pensar talvez um novo termo para isto) continuarão existindo, provavelmente com os requisitos e métodos de hoje.

Este “fim” também já havia sido referido por tantas pessoas em relação ao rádio, quando da criação da televisão. O mesmo disseram da TV quando da criação e difusão em larga escala da internet. Pois é, esses três meios não só continuam presentes na sociedade, como se imbricaram e se fortaleceram.


Apesar de não vivermos mais na “era do rádio”, este veículo continua muito presente. Nas regiões interioranas, principalmente. Ganhou variedades, agora não está somente no rádio, está também na internet, mudando de nome: webradios. Deu origem ao podcast, mídia ainda claudicante em nossa cidade e na região, mas que já possui vários exemplos que comprovam sua importância e fincam seu lugar dentre as mídias que o jornalista podem se utilizar e, claro, trabalhar. O rádio está no aparelho celular e no mp4 também. A TV passa por algo semelhante. Está na internet, no celular, tornou-se interativa, expandiu-se com os canais por assinatura. Muitos deles, só de conteúdo jornalístico, em seus diversos segmentos. Como o meio de maior penetração entre as massas e mesmo entre os que procuram um conteúdo mais “autêntico” (através das TVs a cabo), a TV além de ser para muitos a área mais “glamourosa” para o jornalista, é também um grande palco para teste surgimento de novos e bons jornalistas, assim como no jornalismo impresso.

Quem vem possibilitando bastante isso também, como se sabe, é a internet. Sites de jornais, revistas, de rádios, TVs (todos on line ou não), assessorias, blogs e outros tipos de sites necessitam cada vez mais de jornalistas que “cuidem” ou sejam especialistas na prática on line da empresa/veículo, além é claro do poder de difusão e alcance que a internet possui e que faz a originar “fenômenos” do jornalismo na contemporaneidade. A internet possibilita expandir e agregar em si os demais, possibilitando, portanto, várias oportunidades para os jornalistas em formação ou já graduados.

Por fim, o que para muitos é uma área de “menos valor” por preterir muitas vezes os demais segmentos práticos do jornalismo. Me refiro à pesquisa em comunicação, que, assim como a prática jornalística em si, é expansiva e possibilita aos que seguem por seus caminhos tratar de quase qualquer assunto, qualquer tema que tenha imbricações com a prática comunicacional. É rica de possibilidades, em especial pelo fato de, ao menos em Belém, haver carência no número de professores com ao menos uma especialização ou mestrado na área ou afim. Como todas as outras áreas do jornalismo, requer paixão, responsabilidade, ética e comprometimento, afinal serão os “frutos” deste ramos, isto é, os professores, que influenciarão em grande medida muitos dos estudantes de comunicação, independente da área de interesse.


Neste dia, se não nos sentirmos à vontade para “comemorar” nosso dia, ao menos observemos e percebamos a riqueza de nossa área e as múltiplas possibilidades que o campo da comunicação nos possibilita. Independente da escolha, seja Assessoria de Comunicação, Jornalismo Impresso, rádio, TV, mídias contemporâneas, consultorias, vida acadêmica, o grande mandamento é o mesmo,por mais que pareça (ou até seja) clichê: há que se atuar com aquele vigor de quem segue um indivíduo em busca de uma resposta, a atenção e olhar atento de quem desconfia de uma resposta, uma informação, o vigor de quem busca “ouvir o outro lado”, a criatividade de quem tenta “emplacar” um release, o cuidado de quem se expõe no rádio ou na TV, o zelo de quem ensina o que ama. Parabéns, jornalista! E não deixe que transformem (muito menos transforme) nossa prática em jornalixo.

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